quarta-feira, 9 de junho de 2010

Obará - Odu da Fortuna.


OBARÁ MEJI -

A riqueza e o brilho.Xangô Baru com influencia em Exu, Logum Edé, Oxossi e Oyá.

Este Odú está associado aos Orixás da riqueza, do movimento, da prosperidade, principalmente no fator material. Baru como está ligado ao elemento fogo, a vida e ao movimento, é o principal Orixá a falar neste Odú; tendo Exu como seu mensageiro tudo acaba acontecendo mais rápido.Mas é o Odú que enriquece por causa do desprezo dos outros.

Contam os Antigos...

Dizem que no principio do mundo, 15 dos 16 Odús seguiram todos à casa do Oluô, a fim de procurar os meios que os fizessem mudar de sorte, mas nenhum deles fez o que foi determinado pelo Oluô. Obará um dos dezesseis odús existentes, não se encontrava no grupo na ocasião em que os demais foram consultar o Oluô. Sendo ele, porém, sabedor do ocorrido, apressou-se em fazer o que o Oluô determinara. E que os demais odús não fizeram por simples capricho da sorte.

Obará com afinco fez o máximo que pode para conseguir seu desejo, dada a sua condição precária (de pobreza). Como era de costume, os 15 odús de cinco em cinco dias iam à casa de Olofim, e nunca convidavam Obará, por ser ele muito pobre, tanto que olhavam para ele sempre com menosprezo. Pois, então, foram à casa de Olofim, jogaram e até altas horas do dia não acertaram o que queriam que Olofim adivinhasse e, com isso, acabou que todos eles se retiraram sem ter sido satisfeita sua curiosidade.

Olofim, com desprezo ofereceu uma abóbora a cada um deles, e eles, para não serem indelicados levaram consigo as abóboras ofertadas. No caminho, porém, alguém se lembrou apontando para a casa de Obará, de fazer ali uma parada, embora alguns fossem contra, dizendo que não adiantaria dar semelhante honra a Obará, pois ele era um homem simples que nunca influía em nada.
Mas um deles, mais liberal, atreveu-se a cumprimentar Obará-meji com estas palavras:

- Obará, bom dia! Como vais de saúde? Será que hás de comer com estes companheiros de viajem?

Imediatamente respondeu ele que entrassem e se servissem da comida que quisessem. Dito isso, foram

entrando todos, eles que já vinham com muita fome, pois estavam desde a manhã sem comer nada na casa de Olofim. A dona da casa foi ao mercado comprar carne para reforçar a comida que tinha em casa e, em poucas horas, todos almoçaram a vontade. Depois, Obará convidou todos para que se deitassem para uma madorna, pois estavam todos cansados e o sol estava ardente.
Mais tarde, eles se despediram do colega e lhe disseram:

- Fica com estas abóboras para ti - e lá se foram satisfeitos com a gentileza e a delicadeza do colega pobre e, até então, sem valia.

Mais tarde, quando Obará procurou por comida, sua mulher o censurou por sua fraqueza e liberalidade, dizendo que ele tinha querido mostrar ter o que não tinha, agradando a eles que nunca olharam para ele, e nunca ligaram nem deram importância ao colega.Porém as palavras de Obará eram simples e decisivas.

- Eu não faço mais do que ser delicado aos meus pares estou cumprindo ordens e sei que fazendo estes obséquios, virá à nossa casa prosperidade instantânea.

Finda explicação, Obará pegou uma faca e cortou uma abóbora, surpreendendo-se com a quantidade de ouro e pedras preciosas que haviam dentro dela. Surpreso, e com muita felicidade, viu que em uma abóbora havia lhe dado o título de Odú mais rico, porém logo percebeu que haviam mais outras 14 abóboras a serem abertas e em cada uma delas haviam outras riquezas em igual quantidade.Obará comprou tudo que precisava, palácio e até cavalos de várias cores.

Daí que estava marcado o dia para todos os odús irem novamente a conferencia no palácio de Olofim, como era de costume, já muito cedo, achavam-se todos no palácio, cada um no seu posto junto a olofim.
Quando obará veio vindo de sua casa com uma multidão que o acompanhava, até mesmo os músicos de uma enorme charanga. Enfim, todos numa alegria sem par. De vez em quando, Obará mudava de um cavalo para outro em sinal à nobreza.

Os invejos
os começaram a tremer e esbravejar, chamando a atenção de Olofim que indagou o que era aquilo. Foi então que lhe informaram que era Obará. Então perguntou Olofim aos demais odús o que tinham feito com as abóboras que presenteara a eles. Responderam todos que haviam jogado no quintal de Obará. Disse então Olofim que a sorte estava destinada a ser do rico e próspero Obará.O mais rico de todos os Odús.

Perfil:

As pessoas regidas por Obará, possuem grandes idéias e passam boa parte de sua vida tentando realizá-las e dificilmente encontram meios de como começar. Algumas vezes, ou na maioria, fracassam por não pedirem ajuda, porém todo o sofrimento não é duradouro, possuem espírito de luta e não se entregam facilmente. São batalhadoras e possuem o privilégio de muita proteção espiritual.
São bem sucedidos especialmente em profissões relacionadas à Justiça. Mas são com freqüência vítimas de calúnias e não têm sorte no amor. Devem aprender a silenciar sobre seus projetos e a determinar por onde começá-los. Seu ponto vulnerável é o sistema linfático.

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Motumbá Axé

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